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A Senhora Dança? A Mandy pelas danças da vida.

Um blog para todas as mulheres depois dos “entas” . Mulheres que, na plenitude das suas vidas, desejam celebrar a liberdade de assumirem a sua idade, as suas rugas, os seus cabelos brancos e que querem ser felizes

A Senhora Dança? A Mandy pelas danças da vida.

Macarons Ladurée vs. Pastel de Bacalhau com Queijo da Serra

Adoro macarons. Ponto.

Sempre que um amigo visitava a “cidade luz”, era inevitável o meu pedido:

- Traz-me um caixinha de macarons “Ladurée” …

 

Caixa com macarons

Bom, mas comecemos pelo princípio.

Ontem fui lanchar, com a minha querida amiga Micá, ao famoso espaço Ladurée. 

Combinámos o nosso encontro à porta da Ladurée e, pese embora o facto da entrada ficar quase escondida,  é num espaço privilegiado, contíguo à  loja da Fashion Clinic, que a famosa marca de pastelaria francesa abriu o seu primeiro espaço, no coração de Lisboa, em plena Avenida da Liberdade.

Esplanada Ladurée

Embora a Ladurée já tivesse chegado a Lisboa, numa versão tímida, num pequeno balcão dentro do restaurante JNcQUOI, na porta ao lado, só a partir do passado dia 2 de Novembro a loja  parisiense abriu, realmente, portas na nossa cidade.

Inspirado nas elegantes casas francesas e em consonância com as linhas da marca parisiense, o novo salão de chá promete tornar-se no novo espaço trendy dos portugueses.

Chez Ladurée

Para quem já viu o famoso filme Marie Antoinette, sabe que a rainha era incapaz de viver sem os seus macarons - pastelaria tradicional francesa (e eu percebo bem porquê!).  É por isso que eu acho que Antoinette se sentiria em casa neste novo salão de chá Ladurée. 

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Os armários e vitrines parecem ter parado no tempo, mais precisamente em 1862, ano em que o senhor Louis Ernest Ladurée abriu a primeira padaria em Paris. O bronze dos candeeiros e as pequenas esculturas suspensas no tecto dão um toque moderno ao espaço que, apesar das apertadas regras da casa-mãe, teve direito à presença da cultura portuguesa com painéis de azulejos com motivos florais rosa (um elemento português que não se repete em nenhum outro salão de chá da Ladurée), a que  se juntaram espelhos que convivem com painéis de madeira de inspiração árabe - moucharabieh - e veludos. A paleta de cores varia entre tons de rosa, verde e cinzento. As poltronas e os sofás aveludados completam a experiência sensorial. Esta decoração elegante e confortável, essência da marca parisiense, integra um balcão-quiosque ao centro do espaço e uma pequena esplanada.

Mosaico LaduréeSegundo David Holder, presidente da marca,  “a decoração é toda virada para um público feminino, num espaço elegante e aconchegante, que faz lembrar as festas de chá da corte francesa."

 

Um pouco de história. Foi em meados do século XX que Pierre Desfontaines, primo de Louis Ernest Ladurée, fundador do salão de chá em 1862, teve a ideia de unir duas bolachas (macarons) e recheá-las com ganache. Os ingredientes base são as amêndoas, os ovos, o açúcar e a imaginação dá conta do resto. 

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A icónica casa de pâtisserie française, mestre na arte de fazer macarons, trouxe para Lisboa este arco íris de sabores, que nos remetem para a nossa infância feita de cores fortes como os vermelhos, os rosas, os laranjas e os amarelos, patentes nas suas vitrines, onde tanto brilham os famosos macarons, como os provocantes bolos.  Aqui os olhos são os primeiros a comer, mas também os primeiros a lidar com dilemas fracturantes: Cydonie ou Café Olé? Plaisir Sucré ou Tarte de Framboesa e Maracujá? Em caso de dúvida os macarons (nos sabores: maracujá, pistácio, limão, pétalas de rosa, chocolate, chocolate laranja, caramelo, castanha, framboesa, flor de laranjeira, morango papoila… ) estão logo ao lado para o caso de não se chegar a nenhuma conclusão. A escolha será sempre difícil.

Gourmandises

Para além dos doces, o espaço propõe um extenso menu de viennoiseries(*).

viennoiseries

Se, pelo contrário, preferirmos comer outro tipo de iguaria, este vai ser o espaço ideal. Aqui podemos experimentar o célebre Croque-Monsieur, com peru, queijo francês Emmental e molho Mornay, outras  refeições mais ou menos ligeiras e uma selecção de chás, cocktails e champagne.

Embora os macarons sejam o cartão-de-visita da Ladurée e dominem parte da decoração da casa de chá,  esta é, precisamente, uma 'Casa de Chá' e, por isso, há que experimentar a selecção proposta (que varia entre os 5,50 e os 6 euros) e que vai da "Especial Infusão Ladurée" que consiste em chá preto da China, citrinos, flores, especiarias e baunilha a infusões com nomes régios ("Marie-Antoinette", chá preto da China, pétalas de rosa, citrinos e mel; "Joséphine", chá preto da China, tangerina, toranja, laranja, limão e flor de jasmim; ou "Roi Soleil", chá verde, bergamota, ruibarbo e caramelo); ou a nomes de personagens de Shakespeare, como "Othello", chá preto da Índia, canela, cardamomo, pimenta e gengibre. 

Thés Ladurée

 Mas há mais. É sabido que o chocolate quente (7€) da casa é qualquer coisa de insubstituível….

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Se não se quiser sentar, a entrada do salão de chá está cheia de opções para levar, desde as caixas de macarons (mas atenção aos preços) aos chás, passando pelas compotas de variadissímas frutas. Seguramente que,  daqui a umas semanas, estas opções de presentes vão estar a fazer sucesso debaixo de tudo o que é árvore de Natal...

O que muita gente não sabe é que nem tudo na histórica pastelaria parisiense é para comer ou beber. A linha "Les Secrets Ladurée" também veio para Lisboa. É composta por porta-chaves, sacos e velas, a única forma de sair da Ladurée com uma coisa que vá durar mais do que uma hora.

Les secrets Ladurée

Depois da descrlção vamos à sensação

A Micá e eu pedimos quatro macarons, nos sabores: Caramelo, Chocolate Laranja, Pétalas de Rosa e Pistácio - 8,40 € os quatro -  e dois chás. Para a minha amiga o Joséphine /5,50€ e para mim o Roi Soleil/6,00€, que são absolutamente fantásticos. 

Micá….

Embora não seja um espaço que a maioria dos portugueses possa frequentar regularmente, considerando as nossas magras bolsas, ainda assim, com alguma moderação nos gastos, é possível visitar.

Gostámos do atendimento dos funcionários, embora ainda nos parecessem algo desorientados, e eu, particularmente, achei o gerente de loja demasiado sisudo.

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Só uma pequena informação. Se estão a pensar lanchar lá ao domingo, esqueçam. Estão encerrados.

 

Aproveitando o tempo fantástico (infelizmente, digo eu) que se fazia sentir em Lisboa, fomos descendo pelo nosso antigo "Passeio Público". 

Rossio 1

No Rossio vimos as flores e a tuna dos alunos do IADE e lá continuámos, Rua Augusta abaixo, num mar de gente, até ao recém-famoso:

"Pastel de Bacalhau com Queijo da Serra". 

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Naturalmente que é um produto muito polémico, com ardentes defensores e fervorosos detratores..

Por nós (a Micá e eu), depois de termos palmilhado algumas centenas de metros, quiça quilómetros, soube-nos muito bem o pastelinho (que é como quem diz pastelão +/- 140 grs.), acompanhado de um copinho (cálice, melhor dito),  de Vinho Madeira,

Pastel de Bacalhau com Queijo

O enjoo foi mesmo a obscenidade do preço. Quatro (4) euros por um pastel de bacalhau e cinco (5) eurinhos, por um cálice de Madeira, ou seja,  9,00 € no total, achei uma pouca-vergonha, uma indecência, uma imoralidade (não me lembro de mais nenhum sinónimo). Ainda por cima logo eu que sei quanto se gasta para fazer "pastelinhos ou pastelões de bacalhau", mesmo que recheados com o mais genuino Queijo da Serra da Estrela, com DOC (denominação de origem controlada). 

Mas, em bom rigor, se pagámos 2,10€ por um macaron franciu, que pesa +/- 25 grs,, porque razão estou a protestar por o pastel de bacalhau portuga, que pesa 140 grs.,  ter custado 4,00€ ???

 

 No final o que ficou foi: um dia maravilhoso. A repetir

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 (*)"Viennoiserie" é o termo usado em França para designar qualquer tipo de folheado: croissant, pain au chocolate, chausson, pain au raisin...

 

Mandy Martins-Pereira escreve de acordo com a antiga ortografia.

 

Imagens : Maria do Carmo Albino,  MPM e Web

 

 

 

 

 

 

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