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A Senhora Dança? A Mandy pelas danças da vida.

Um blog para todas as mulheres depois dos “entas” . Mulheres que, na plenitude das suas vidas, desejam celebrar a liberdade de assumirem a sua idade, as suas rugas, os seus cabelos brancos e que querem ser felizes

A Senhora Dança? A Mandy pelas danças da vida.

TEXTO PARA APRECIAÇÃO DOS AMIGOS "AMADURECIDOS” PELO TEMPO.

"O QUE A MEMÓRIA AMA, FICA ETERNO"

 

"Quando eu era pequena, não entendia o choro solto de minha mãe ao assistir a um filme, ao ouvir uma música ou ao ler um livro.

O que eu não sabia é que minha mãe não chorava pelas coisas  visíveis.

Ela chorava pela eternidade que vivia dentro dela e que eu, na minha meninice, era incapaz de compreender.

O tempo passou e hoje me emociono diante das mesmas coisas, tocada por pequenos milagres do cotidiano.

É que a memória é contrária ao tempo.

Nós temos pressa, mas é preciso aprender que a memória obedece ao seu próprio compasso e traz de volta o que realmente importou, eternizando momentos.

As crianças têm o tempo a seu favor e a memória muito recente. Para elas, um filme é só uma animação; uma música, só uma melodia. Ignoram o quanto a infância é impregnada de eternidade.

Diante do tempo envelhecemos, os nossos filhos crescem, muita gente se despede.

Mulher no espelho

Porém, para a nossa memória ainda somos jovens, atletas, amantes insaciáveis.

Os nossos filhos são as nossas crianças, os amigos estão perto, os nossos pais serão sempre os  nossos heróis.

Quanto mais vivemos, mais eternidades criamos dentro da nós.

A frase do título é de Adélia Prado ºº : “O que a memória ama, fica eterno”.

Adelia_prado_2014_flickr

Quando nos damos conta, os nossos baús secretos  (porque a memória é dada a segredos) estão recheados daquilo que amamos, do que deixou saudade, do que doeu além da conta, do que permaneceu além do tempo.

Um dia ligamos o rádio do carro e toca uma música qualquer, ninguém nota, mas aquela música já fez parte de nós  (foi a melodia de um amor, embalou os sonhos de uma época ou selou uma amizade verdadeira) e,  mesmo que os anos tenham passado, e alguma parte de nós se perca no tempo, sempre nos  lembra alguém, um momento ou uma história

Ao reencontrar amigos da juventude, do da escola, do liceu, da faculdade, esquecemos que somos adultos e voltamos a comportar-nos como meninos cheios de inocência, amor e coragem.

idosos2904

Do mesmo modo, perto de nossos pais, seremos sempre “As Crianças”, não importa se já temos 30, 40, 50 ou 60 anos.

Para eles, a lembrança da casa cheia, das brigas entre irmãos, das histórias contadas ao cair da noite… serão sempre recentes, pois têm evocação de eternidade.

Por isso é tão difícil despedirmo-nos de um Amor ou alguém especial que, por algum motivo, deixou de fazer parte das nossas vidas.

Dizem que o tempo cura tudo, mas talvez ele só tire a dor do centro das atenções. Ele acalma os sentidos, apara as arestas, coloca um penso na ferida.

Mas aquilo que amamos tem disposição para emergir das profundezas, quebrar os cadeados e assombrar de vez em quando.

Somos a soma dos nossos afectos, e aquilo que nos tocou pode ser facilmente reactivado por novas lembranças:  uma canção que cala nossos sentidos; um cheiro que nos paralisa lembrando alguém; um sabor que nos remete à infância.

Assim também permaneceremos memórias vivas na vida dos nossos filhos, cônjuges, ex amores, amigos, irmãos.,,

E, mesmo que o tempo nos leve desta dimensão, seremos eternamente lembrados por aqueles que um dia nos amaram.”

Reunião de lembranças (2)

 

 

ºº - Adélia Prado  (13 de Dezembro de 1935), 82 anos, poetisa, professora, filósofa e contista brasileira. Os seus textos literários retractam o cotidiano com perplexidade e encanto, permeados pelo aspecto lúdico, uma das características de seu estilo único.

 

(Texto adaptado de autor desconhecido)

Mandy Martins-Pereira escreve de acordo com a ortografia antiga

 

 

JE VOUS PARLE D'UN TEMPS ...

A Touch of a Woman

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Para entender uma mulher basta olhá-la nos olhos,

saber escutar o seu coração,

acompanhar silenciosamente a sua caminhada,

sem demonstrar um machismo estúpido,

sabendo sempre respeitar a sua inteligência e sua feminilidade.

(Poetry & Quotes by Mandy)

 

Fotografia: 1947 - Phillippe Pottier

 

JE VOUS PARLE D'UN TEMPS ...

NOSTALGIA A PRETO E BRANCO

Casal idoso

Quem já passou por essa vida e não viveu

Pode ser mais, mas sabe menos do que eu

Porque a vida só se dá pra quem se deu...

Vinicius de Moraes

 

Imagem: Pinterest