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A Senhora Dança? A Mandy pelas danças da vida.

Um blog para todas as mulheres depois dos “entas” . Mulheres que, na plenitude das suas vidas, desejam celebrar a liberdade de assumirem a sua idade, as suas rugas, os seus cabelos brancos e que querem ser felizes

A Senhora Dança? A Mandy pelas danças da vida.

NATÁLIA DE OLIVEIRA CORREIA

 

Nasceu na Fajã de Baixo, São Miguel - Açores , no dia 13 de Setembro de 1923 e faleceu em Lisboa, no dia 16 de Março de 1993.

Natália Correia - Desenho

 

 

Se fosse viva faria, hoje, 94 anos. Foi uma intelectual, poeta (a própria recusava ser classificada como poetisa por entender que a poesia era assexuada) e activista social açoriana, autora de extensa e variada obra publicada, com predominância para a poesia.

Deputada à Assembleia da República (1980-1991), (..) Tem uma biblioteca com o seu nome em Lisboa em Carnide. A obra de Natália Correia estende-se por géneros variados, desde a poesia ao romance, teatro e ensaio. Colaborou com frequência em diversas publicações portuguesas e estrangeiras.

Foi uma figura central das tertúlias que reuniam em Lisboa nomes centrais da cultura e da literatura portuguesas nas décadas de 1950 e 1960. Ficou conhecida pela sua personalidade livre de convenções sociais, vigorosa e polémica, que se reflecte na sua escrita. A sua obra está traduzida em várias línguas.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Imagem: Carlos Botelho

Um Passeio Pelo Príncipe Real e Bairro Alto (Parte I)

O nosso encontro teve lugar, uma vez mais, numa das zonas mais “trendy” de Lisboa: o Príncipe Real.

Primeira

 

O Príncipe Real é um local que apetece disfrutar com tempo. Num cenário adornado por palacetes, casas charmosas, museus, antiquários, miradouros e jardins, palpita um bairro cada vez mais cosmopolita.

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No centro da Praça do Príncipe Real, o jardim França Borges (assim chamado, desde 1915, em homenagem ao jornalista republicano),

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o seu ex-Líbris : um enorme cedro-do-Buçaco com 20 metros de diâmetro.

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Uma curiosidade. No século XV, esta zona chamava-se Alto da Cotovia. Um século mais tarde era a lixeira do Bairro Alto… (quem havia de dizer). Apenas em 1830 a Câmara Municipal de Lisboa transformou o entulho numa praça com um jardim romântico. Em 1859 foi chamada Praça do Príncipe Real.  A  construção do Reservatório de Água da Patriarcal (Museu da Água) já estava concluída nos anos 50 do século XX. Este Reservatório  além de abastecer o jardim, fazia a ligação com alguns  chafarizes de Lisboa: Século, Loreto e S. Pedro de Alcântara.

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Cerca das 11H00 as meninas : Cris, Dorita,  Carlinha e eu própria,  após efusivo reencontro, demos início as nossa andanças.

Algumas pardalas no galho by Carla Palhinhas...

 

Primeira paragem: cafezinho na Esplanada do Jardim, restaurante, onde  poetastros e poetas vão tentar encontrar rima, e as amigas aquecem as fofocas com um retemperador chá.

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Depois do café começaram as nossa deambulações.

Primeira paragem: Um galho cheio de pardalada.

No Galho 2

Algumas pardalas no galho by Carla Palhinhas.....

 

Galhos há muitos.

Galhos há muitos

Rumamos, depois, até à Rua da Escola Politécnica.

By Carla Palhinhas.....

By Carla Palhinhas......

Rua da Escola Politécnica

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Rua da Escola Politécnica. Galhos d'outras origens.

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Já ninguém pode ver um Galho.

Outros galhos

O Galho, o Passarinho, o Gato e a Dora

A Dora o Galho e o Gato

O Galho, o Passarinho, o Gato e a Dora (Take 2)

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 Rua de S. Marçal

Rua de S. Marçal

Na Rua de S. Marçal à espera de "coisas boas"

Coisas boas vão acontecer aqui (2)

E não é que aconteceram "coisas boas" !!!

Pois foi. Aconteceu encontrarmos a "Janela da Dora" com as suas famosas botas.

A Dora a Janela e as Botas

E fomos descendo....

 Rua de S. Marçal 3

...e continuamos descendo

Nova Imagem

.... mais Rua de S. Marçal...

E, finalmnte a praça das flores

 

...até chegarmos à Praça das Flores

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A Praça das Flores, é  uma praça cheia de charme. O seu jardim foi reconstruído há alguns anos, assim como os edifícios de traça tradicional, que o rodeiam, têm vindo, igualmente,  a ser recuperados.  Era, justamente, nesta praça que estava o nosso primeiro destino.

Pão com Canela - Praça das Flores

 

Praça das Flores.... 

O restaurante Pão de Canela, com a sua deliciosa esplanada sobre o jardim da Praça das Flores,onde tinhamos encontro marcado com o nosso almejado brunch.  O Pão de Canela serve petisquinhos a qualquer hora  do dia e um delicioso brunch ao fim-de-semana.

Vejam só algumas das magníficas iguarias, com que a malta se deliciou

As iguarias II

Valeu a pena a experiência porque, desde uma deliciosa bola de fiambre e queijo, passando pela torta de cenoura, requeijão e brócolos, uns ovos mexidos (bem à inglesa) umas fantásticas panquecas, um pãozinho de sementes (muuuuuuuuuiiiito crocante)  e uma fantástica compota de amoras silvestres, tudo estava excelente. Para mim a desilusão foram os scones. Muito secos e....."pecaninos"....(têm de provar os meus)

Os nossos, João Vaz e Mário Calheiros , juntaram-se ao grupo um pouco mais tarde.

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Depois do nosso brunch seguimos o nosso roteiro de aventura.

Depois do  brunch

By João Vaz.

By Carla Palhinhas....

Após mais alguns cliques e o João deixou –nos, não sem antes passarmos pela red carpet

By Carla Palhinhas...

Mas, não quero acabar sem postar uma imagem, que acho lindissíma.

E digo lindissíma, porque a modelo é linda (Carla Palhinhas) e a fotógrafa fantástica (Cris Leal).

Carla by Cris Leal

Após as despedidas lá seguimos viagem, que contarei no próximo post  Até lá.

 

As fotografias aqui postadas são da Carla Palhinhas, da Cris Leal, da Dorita La Rua, do João vaz de Sousa e minhas.

 

Mandy Martins-Pereira escreve de acordo com a ortografia antiga

 

REVERIE

Home made CRAFT /Bohem Style Dreamy. By Oscar De La Renta

Home made CRAFT Bohem StyleDreamy. By Oscar De La Renta

PERFUMES - EMOÇÕES

“A recordação é o perfume da alma. É a parte mais delicada e mais suave do coração, que se desprende para abraçar outro coração e segui-lo por toda a parte.”

George Sand

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50 anos. Cheguei à meia idade. E agora ? Estarei em crise ?

Estava, animadamente, a ler um artigo numa revista, quando viro a página e, em letras garrafais, lá estava escarrapachado:

Os 50 anos e a “crise da meia idade”

Hiperventilei. Parecia o Titanic a bater no iceberg. A minha rica cabeça deu um nó.

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Se me dissessem que aquele termo, “meia idade”, me iria incomodar tanto, jamais acreditaria. Mas, incomodou. Estava ali, preto no branco: 50 anos. Meia idade Mas o que foi que aconteceu ? Como é que cheguei aqui, à meia idade. E, a partir daquele momento, volta e meia lá estava eu a pensar: Cheguei à meia idade, mas quem sou eu? Onde estou ? Para onde vou ? Será que estas dúvidas são fruto do raio da crise da meia idade ?

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Bom, mas rapidamente pensei : Estás na meia idade e então. É sinal que estás viva, já pensaste nisso ? Não, realmente, ainda não tinha pensado, E, lá voltei a magicar no termo: A crise da meia idade. Mas, porque carga-d’água, é que a meia idade há-de ter crise, e donde vem o desconchavo do termo.

Algures, nos idos de 65 do século passado, o psicoanalista, Elliot Jacques, referia-se num seu artigo, “a uma fase crítica do desenvolvimento humano entre os 40 e os 60 anos, motivada por períodos de transição na vida.” Explicava ainda, que este período tende a variar muito de indivíduo para indivíduo e entre géneros. Em bom rigor, foi pouco comprovado cientificamente ao longo dos tempos,, mas generalizou-se e virou um ícone pop nas sociedade desenvolvidas contemporâneas, tema de enredo de filmes (Beleza Americana, por exemplo) e de livros (Liberdade, de Jonathan Franzen, só para citar um).

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Um outro estudo que analisou 1000 britânicos concluiu que a dita crise atinge os homens aos 43 e as mulheres aos 44 anos, e que estas tendem a desenvencilhar-se destes pensamentos mais rápido (não é de estranhar, têm mais coisas para fazer). Enumerou 40 sinais de que a crise anda por aí nomeadamente procurar ex-parceiros no Facebook, tomar vitaminas e anti-oxidantes anti-idade, começar um novo hobby com entusiasmo pueril ou comparar a aparência com outras pessoas da mesma idade. Se nestes casos, felizmente, não me revejo, fiquei mais preocupada com outros indícios: ler os obituários com muito mais interesse (e verificar sempre qual foi a causa da morte), registar mentalmente quando os políticos ou outros líderes são mais novos do que nós próprios ou revisitar os locais onde se passava férias em criança. Confere.

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O “livro Dataclysm: Who We Are (When We Think No One’s Looking)”, de Christian Rudder, traz alguma luz sobre este assunto, nomeadamente, sobre a forma como os homens vêem as mulheres mais velhas. Rudder, co-fundador do OkCupid (um site de dating oline) mas também cientista de dados formado em Harvard, analisou milhões de registos dos utilizadores para perceber o que querem afinal os homens e mulheres. Conclusão: os homens de todas as idades preferem mulheres, ou melhor, meninas, com vinte e poucos anos. Os homens definem os filtros até 39 e mais além, mas raramente contactam mulheres acima dos 29 anos. Como se estas tivessem, portanto, um prazo de validade (tipo iogurte, ou embalagem de entrecosto de carne de porco, por exemplo).

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É evidente que o mundo está cheio de mulheres com mais de 40 e figuras invejáveis - Sandra Bullock, Julia Roberts, Selma Hayek, Gwyneth Paltrow, Elle MacPherson -, ainda que todas estas sejam especialmente bafejadas pela genética ou pelas mãos habilidosas de cirurgiões plásticos.  Mas, como dizia a outra: Isto agora não interessa nada. Adiante.

Selma Hayek  2 -

 

Há toda uma vasta gama de qualificativos que entraram no léxico comum para as senhoras acima dos 40/50, vulgo “entonas”. “Cougar” é o mais propagado, e refere-se às mulheres maduras que gostam de homens mais novos. Não não me parece nada de novo. Desde a Grécia Antiga que a figura existe na literatura. Em Hippolytus, de Euripides, a protagonista era Phaedra, uma mulher mais velha, casada, que se apaixona por um homem mais novo. Como em todas as tragédias gregas, o final não é propriamente feliz… Prefiro focar-me na Catarina, a Grande. A monarca russa, que reinou 34 anos, somou inúmeras conquistas políticas e outras tantas amorosas, que culminaram na paixão por Alexandrovich Zubov, 40 anos mais novo. No século passado, a muito sedutora Anaïs Nin, já depois do casamento com Henry Miller, também se apaixonou aos 44 anos por Rupert Pole, 16 anos mais novo, e acabaram por casar.

Anais Nin

Nos dias de hoje, o tema é tão comum que deixou de impressionar. O Sexo e a Cidade trouxe as cougars para o novo milénio, com Samantha Jones a personificar a madura sexy e louca. Demi Moore, Madonna e Mariah Carey também fazem a sua parte na vida real.

Mas nem todos os sinais que nos chegam são maus. Um estudo da Universidade do Texas assinado pelo psicólogo David Buss esclarece que as mulheres nos seus 30as e início de 40as são significativamente mais sexuais do que as mais novas. Mulheres entre os 28 e os 40’s afirmam ter mais fantasias sexuais, e mais intensas, do que mulheres entre os 18 e os 26, mas também mais sexo. Ponto final. O racional está no facto de as mulheres ficarem mais sexuais à medida que a sua fertilidade diminui. A feliz “culpa” está nos nossos ancestrais, explicam os especialistas. A mortalidade infantil era grande e as mulheres tendiam a ter muito mais filhos para que alguns sobrevivessem. Para garantir que a natalidade não caísse com a dificuldade acrescida em fecundar e levar uma gravidez até ao fim, a natureza deu às mulheres especial apetite a partir dos 40…

A fertilidade essa, recebeu, entretanto, a preciosa ajuda da ciência. Apesar de serem gravidezes de risco, há mais mulheres hoje a terem filhos saudáveis depois dos 45 e até dos 50. E depois, há os casos extremos: não há muito tempo uma avó alemã de 65 anos teve quadrigémeos.

Tudo isto faz sentido porque a esperança média de vida hoje é também muito superior: mais de 80 anos, em 1975 era de 71,4 e nos anos 60’s era cerca de 65. Aqui reside o busílis da questão: os “50 são os novos 30”. É um facto: vivemos mais e vivemos melhor, e por isso aos 40/50 ainda temos uma vida pela frente. Olho para as fotos da minha mãe com a minha idade e verifico: o ar de senhora de cabelo apanhado em banana e muita laca e o tailleur composto está nos antípodas do meu, que estou a escrever no meu portátil de calções, t-shirt e havaianas  (é, talvez, demasiado “teen”, é um facto).

Confúcio um dia perguntou: “Qual seria a sua idade se não soubesse quantos anos tem?”.

Diria 30, bate certo com o cliché.

Uma coisa tenho como certa: a idade traz cada vez menos certezas. E nas mais variadas áreas. Dou por mim a navegar entre campos políticos diferentes, por exemplo, simpatizando com ideias de uns e posições do outros de quadrantes opostos. A gostar de comidas que detestava. A ser muito mais tolerante com os outros, mesmo os que achava antes extremamente estúpidos e preguiçosos. Descobri que o preto pode ser pouco escuro e que o branco pode ter muitas tonalidades fantásticas. E que ser é um verbo muito mais importante do que ter ou parecer.

Talvez seja por isso que Shopenhauer disse que os primeiros 40 anos de vida nos dão o texto, e os 30 seguintes o comentário.  "É com a idade que nos tornamos naquilo que somos”. E isso é  mesmo muito bom.

 

Fonte : Visão (Texto adaptado)

 

Mandy Martins-Pereira escreve de acordo com a ortografia antiga.

 

Precisamos falar sobre o suicídio. Por ano, um milhão de pessoas, no mundo, atentam contra a própria vida. É possível evitar essas mortes, porque a prevenção faz-se com informação

Sendo Setembro o mês internacional de prevenção do suicídio, o jornalista Vinicius Nascimento, alertou para o facto de continuar a ser tabu para os media, escrever sobre o assunto, existindo uma espécie de “pacto de silêncio” nos veículos de comunicação, que é sustentada pela ideia de contágio, defendida por Emile Durkheim, no seu livro “O Suicídio”

 

“Setembro Amarelo”

*Vinícius Nascimento

“Ao longo do mês de Setembro são executadas acções de prevenção, em todo mundo, por meio da campanha “Setembro Amarelo”.

Emile Durkheim, no seu livro “O Suicídio”, chega à conclusão que o acto de ver ou tomar conhecimento de um comportamento qualquer, não é o suficiente para que o indivíduo que esteja exposto a essa informação o pratique, ou seja, o imite. Ele, portanto, precisa de outros factores, não apenas externos, mas internos para reproduzir tal atitude.

O autor cita os jornais como divulgadores dos suicídios, mas não propagadores e instigadores do acto. Ele aponta, ainda, uma possível relação de notícias sobre suicídios como factor de colaboração para novos casos. Porém, enfatiza que não é o facto de se noticiar mortes ocasionadas por este fenómeno que estimula outras pessoas a esta prática, mas sim como o facto é noticiado.

A Organização Mundial da Saúde disse que para a prevenção do suicídio é preciso o esforço de profissionais de diferentes áreas, incluindo os media, devido ao seu grande alcance e poder de influência sobre a vida das pessoas. Mas, afinal, qual deve ser a postura da imprensa diante dos crescentes casos de suicídio?  Calar-se  será a melhor opção?

Pensando na função do jornalismo, que é contextualizar as informações para seu público, reflectir com ele suas implicações e, ainda, contribuir na construção do imaginário colectivo - podendo tanto promover a manutenção de tabus quanto a sugerir novas formas de entender os acontecimentos e contribuir para mudá-los -, que os  media deve assumir a sua responsabilidade e promover o debate abertamente sobre o fenómeno. Usar a sua força para promover debates sobre as suas principais causas e tratamentos adequados. Segundo a OMS, cerca de 90% dos casos poderiam ser evitados por estarem ligados a doenças tratáveis.

Manuais com orientações de como noticiar e o que evitar ao reportar o suicídio foram elaborados exclusivamente para os profissionais dos media. Como alertou Durkheim, não são as publicações de casos de suicídio que estimulam novos casos, mas a forma como os meios de comunicação tratam do facto. Precisamos falar sobre o suicídio. Não apenas porque a cada ano um milhão de pessoas tiram a própria vida no mundo, mas porque é possível evitar essas mortes. A prevenção faz-se com informação.”

 

*O autor é jornalista e pesquisador sobre o suicídio e a sua divulgação nos meios de comunicação.

 

Fonte ; Gazeta Online (texto adaptado)

Mandy Martins-Pereira escreve de acordo com a ortografia antiga