Um blog para todas as mulheres depois dos “entas” .
Mulheres que, na plenitude das suas vidas, desejam celebrar a liberdade de assumirem a sua idade, as suas rugas, os seus cabelos brancos e que querem ser felizes
Uma jovem estava sentada num transporte público quando uma senhora, mal-humorada e idosa, veio sentar-se ao seu lado batendo-lhe com os seus inúmeros sacos. Uma pessoa sentada do outro lado, ficou indignada com a situação e perguntou à jovem por que é ela não protestou ou disse qualquer coisa à velha senhora!
A jovem respondeu com um sorriso:
- Não é necessário ser grosseiro ou discutir sobre algo tão insignificante, *a jornada juntos é tão curta ...* Desço já na próxima paragem!
A resposta merece ser escrita em letras douradas no nosso comportamento diário e em toda parte!!!
“Não é necessário discutir sobre algo tão insignificante, a nossa jornada juntos é tão curta”
Se cada um de nós pudesse perceber que a nossa passagem por cá tem uma duração tão curta, por quê escurecê-la com brigas, com argumentos fúteis, com ingratidão, com atitudes más, não perdoando os outros ?!!!
Isso seria um grande desperdício de tempo e energia!!!
Alguém partiu o seu coração? -Fique calmo, a viagem é tão curta...
Alguém o traiu, intimidou, enganou ou humilhou? -Fique calmo, perdoe, a viagem é tão curta...
Qualquer sofrimento que alguém nos provoque, vamos lembrar que a nossa jornada juntos é tão curta...
Portanto, sejamos cheios de gratidão e doçura. A doçura é uma virtude nunca comparada ao carácter ou covardia, mas mais comparada à grandeza.
A nossa jornada juntos aqui é muito curta e não pode ser revertida...
Ninguém sabe a duração de sua jornada. Ninguém sabe se terá que descer na próxima paragem....
Vamos, portanto, acalentar e manter a doçura e amabilidade com os amigos e familiares!!!
Vamos tentar manter-nos calmos, respeitadores, gentis, gratos e perdoar-nos uns aos outros.
Se eu te magoei, peço perdão.
E lembre-se: A viagem aqui é tão curta!!!
Um grande abraço!
Texto adaptado
Mandy MartinsPereira escreve de acordo com a antiga ortografia.
Aposte na sua capacidade de dar a volta por cima e recomece. Não se baseie na dificuldade e nem fique achando isto ou aquilo. Antes, aposte na certeza de que pode e merece ser feliz. Se te usaram, use a inteligência e conquiste. Se te abandonaram, use a experiência para mostrar o que perderam. Se lhe faltou força na subida, olha logo ali uma descida.
Se lhe faltou fé na romaria, acenda a sua velinha e ore de novo. Se faltou amor, encha-se dele para valorizar-se de verdade. Pois só quem se ama pode retribuir o amor que vai receber. Só quem se valoriza vai devolver o valor que as pessoas merecem. E, quem está no fundo do poço, tem mais um motivo para subir, pois não há mais para onde descer. Acredite em si!
Texto de Paulo Roberto Gaefke
Mandy MartinsPereira escreve de acordo com a antiga ortigrafia
Aprecio muito as crónicas do jornalista e escritor brasileiro, Zuenir Ventura (*). Zuenir Ventura é aquele tipo de jornalista que não existe mais. Escreve óptimas crónicas semanais n’O Globo, sobre temas que lhe vêm à cabeça. Aproveitou a pesquisa feita pelo instituto DATAFOLHA para falar do envelhecimento, ele próprio que já passou dos 80 anos, felizmente, bastante activo física e intelectualmente. Zuenir escreve com elegância, seja lá qual o tema que aborde.
Neste caso, como já se disse, ele comentou os resultados de uma pesquisa feita pelo “Datafolha”, mostrando como os brasileiros raciocinam quando o assunto é idade.
Leia e delicie-se.
“No estudo do “Datafolha” é revelado que os brasileiros, se consideram jovens até aos 37 anos e, velhos, após os 64, dependendo de como encaram a idade. Sendo assim, eu poderia dizer que sou um idoso de apenas 22 anos (façam as contas), sem ter do que me queixar. Não estou entre os que fazem o elogio irrestrito de uma fase da vida em que até o prefixo é traiçoeiro — sexagenário não tem nada a ver com sexo, se é que se precisa avisar. Mas também não acho que seja o pior dos tempos, principalmente quando se sabe que a adolescência, tão idealizada à distância, é uma das fases mais atormentadas da existência.
Nem sempre é a idade o que nos torna felizes ou infelizes, e sim a cabeça, assim como o que faz mal à saúde é a doença, não a velhice. Perdi pelo caminho, para o cancro, o infarto, a Sida (HIV) e até o Alzheimer, vários amigos bem mais jovens.
Mas, por outro lado, tenho uma amiga centenária, activa e feliz, que responde o seguinte quando se tenta saber o segredo da saudável longevidade: “É que fumo, jogo e bebo”. E é verdade, embora não se trate de uma receita para todos. Em geral, é a genética que decide cada caso.
Enquanto isso, carpe diem, como aconselhava o poeta latino Horácio, ou como dizia o seu colega de hedonismo Vinícius de Moraes: “A coisa mais divina/ Que há no mundo/ É viver cada segundo”. A chamada terceira idade não é a número 1, mas merece destaque nesta moda cabalística do tertius — Terceiro Mundo, terceiro milénio, terceira via, terceiro sexo, terceira pessoa da Santíssima Trindade. É ainda a melhor alternativa, à qual se chega, quando se chega, munido de prudência, juízo, sabedoria, experiência e, claro, boas taxas de colesterol, triglicerídeos e glicose.
De qualquer maneira, estamos mais bem conservados do que os nossos antepassados. Comparem algumas celebridades de ontem e de hoje. Vejam as fotografias daqueles barbudos famosos, todos provectos, mais para lá do que p’ra cá. Pois bem, o velho Marx, que morreu com 65 anos, tinha oito a menos que Chico Buarque. Junte as fotos de Dom Pedro II e Caetano Veloso. Quem é o mais jovem? O compositor, certo? Errado. O imperador era nove anos mais novo. E Machado de Assis, alguém poderia adivinhar que ele tinha sete a menos que Roberto Carlos? Felizmente, não se fazem mais jovens com cara de velhos como antigamente.
Do alto de minha nova condição etária, ouso afirmar que, graças às duas principais virtudes anciãs — paciência e tolerância — pode-se constatar que, assim como ocorre com o pôr do sol, existe também no nosso entardecer uma serena e crepuscular beleza a apreciar — se a vista já não estiver cansada e as lentes embaciadas."
Adaptação da crónica de Zuenir Ventura.
Mandy MartinsPereira escreve de acordo com a antiga ortografia.
(*) Zuenir Carlos Ventura (Além – Paraíba – 1 de Junho de 1931) Brilhante jornalista e escritor brasileiro, lúcido e muito coerente, os seus livros misturam ficção e realidade, e as narrativas têm uma vivacidade que empolga e encanta leitores de todas as idades.