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A Senhora Dança? A Mandy pelas danças da vida.

Um blog para todas as mulheres depois dos “entas” . Mulheres que, na plenitude das suas vidas, desejam celebrar a liberdade de assumirem a sua idade, as suas rugas, os seus cabelos brancos e que querem ser felizes

A Senhora Dança? A Mandy pelas danças da vida.

Quando somos mais jovens adoramos sofrer.

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Quando somos mais jovens adoramos sofrer.

Adoramos a angústia, a dor, os vai e vens da vida.

É engraçado como nos deliciamos com essas histórias, que parecem aquelas que vemos na televisão.

Não sei se é ingenuidade ou falta de vivência, mas a verdade é que demoramos a perceber a beleza de um amor sadio. A beleza da tranquilidade, do abraço sincero e da paz.

De um relacionamento sem brigas, sem discussões desnecessárias, que nos faz  ter a certeza de que o outro estará sempre lá por nós. Uma certeza boa daquelas que faz nos sentir como quando alguém ganha a loteria.
Demoramos muito para vermos a beleza da transparência, da afinidade de alguém que seja, afinal, o nosso porto seguro.

Descarto, assim, os amores egoístas cheios de “eu” e pouco de “nós”. Amores rasos de pessoas vazias que tentam encher-se de si mesmas, esvaziando o outro. Isso dói, magoa. E nós, por ingenuidade ou por falta de experiência, acabamos por aceitar dar mesmo sem receber. Acabamos por aceitar esvaziarmo-nos e permanecer na mornidão de um amor raso, imaturo.


É uma pena que levemos tanto tempo para assumirmos, para nós mesmos, que não aceitamos mais qualquer coisa, qualquer abraço, qualquer beijo, qualquer afecto ou qualquer relacionamento. É uma pena que tenhamos de nos ferir tanto, chegar ao nosso limite para contemplar e reconhecer a beleza de um amor maduro.


Depois de muito tempo entendemos que viver a chorar não é sinónimo de amar demais. Que insistir em ficar quando o outro quer partir é um acto contra o nosso amor-próprio. É uma pena  que precisemos primeiro de despedaçar-nos para, só então, nos conhecermos, de facto. Que precisemos de aceitar tão pouco para vermos que aquilo não nos bastava. Depois de se achar o problema, de tentar fazer dar certo inúmeras vezes, de insistir, de implorar para que o outro fique, cansamo-nos. Desmoronamos, mas acabamos nos recompondo. E é aí que, finalmente,  compreendemos o que é a beleza da parceria, da cumplicidade e do amor. Aquele amor bonito em que  não se sofre por amar. Aquele amor vivido e sentido a dois. Ah! como é bom transbordar. Como é saudável viver um amor sem medo, sem cobranças, sem jogos de desinteresse e sem insistência para o outro ficar. Como é bom ver o outro escolher-nos todos os dias mesmo quando, por vezes,  não merecemos. E como é bonita a serenidade de um amor tranquilo.


Demoramos muito tempo para reconhecer o que é amor. E, quem sabe,  pode ser que, ao ler este texto, não tenha vivido, ainda, o amor. Sofre, chora, sente e insiste: é amor. E, sabe, eu entendo. Demoramos muito até reconhecermos a beleza da paz. A beleza de um amor maduro, que não nos faça mal. Levamos muito tempo para distinguir amor de apego. Amor de comodismo. Levamos tempo até reconhecer que rotina não é relacionamento e que estar junto não é necessariamente relacionar-se. Depois de um tempo compreendemos a beleza dos filmes, das séries e dos jantares a dois. Entendemos que cumplicidade, vai além de se estar fisicamente ao lado, e que, mesmo depois de tanto tempo, o amor ainda aumenta e jamais diminui e que não existe essa ideia de “não ser mais novidade.” Demoramos, mas aprendemos e é essa a beleza da vida: reconhecer e recomeçar.

 

Mandy Martins-Pereira escreve de acordo com a antiga ortografia.


Texto adaptado do original de Thamily Rozendo.

 

 

 

Não importa quantos anos eu tenho.

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Não importa quantos anos eu tenho.

Tenho a idade em que as coisas são vistas com mais calma, mas com a intenção de continuar a crescer.

Tenho os anos em que se começam a acariciar os sonhos com os dedos e as ilusões se transformam em esperança.

Tenho os anos em que o amor, às vezes, é uma chama louca, ansiosa para se consumir no fogo de uma paixão desejada. E noutras, um cantinho de paz, como um pôr-do-Sol na praia.

Quantos anos tenho? Não preciso escrever números, porque as lágrimas que derramei pelo caminho, ao ver meus sonhos destruídos…
Valem muito mais que isso.

Que importa se faço vinte, quarenta ou sessenta anos!
O que importa é a idade que eu sinto.

Tenho os anos de que preciso para viver livre e sem medos. 
Para continuar sem medo o meu caminho, pois levo comigo a experiência adquirida e a força de meus anseios.

Quantos anos tenho?  Isso não importa a ninguém!
Tenho os anos necessários para perder o medo e fazer o que quero e sinto.

 

 

A Idade de Ser Feliz

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Existe somente uma idade para a gente ser feliz,
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida,
a nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito nem pudor.

Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição
de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,
e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa.


Alegria de viver

Alegria de viver é confiar que tudo ficará bem.j

 

Alegria de viver é confiar que tudo ficará bem,

Mesmo quando a vida insiste em mostrar-nos o contrário.

É sentir-se tranquilo,

Mesmo quando a vida está de pernas para o ar,

É deixar para lá as amarguras do coração,

Principalmente quando provenientes do escárnio alheio.

É sorrir aos sisudos e divertir-se com isso.

E também chorar a mágoa reticente que insiste em ficar, sem a necessidade de esconder que alguma coisa não vai bem.

É rir de si próprio e brincar consigo mesmo.

E saber contar histórias quando a verdade for muito cruel.

É tagarelar sozinho quando não há ninguém para conversar.

Ou, então, cantar bem alto a música que toca no rádio do carro quando o semáforo está fechado e o motorista ao lado está a olhar para si.

É dançar à frente do espelho,

Sem se incomodar se isso te faz parecer maluquinha.

É não perder o entusiasmo pela vida, consciente de que ela não é perfeita, mas ainda assim é bonita,

E vale a pena vivê-la