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A Senhora Dança? A Mandy pelas danças da vida.

Um blog para todas as mulheres depois dos “entas” . Mulheres que, na plenitude das suas vidas, desejam celebrar a liberdade de assumirem a sua idade, as suas rugas, os seus cabelos brancos e que querem ser felizes

A Senhora Dança? A Mandy pelas danças da vida.

CABEÇAS PRATEADAS

Mulheres assumem os seus cabelos brancos cada vez mais jovens

 

A mudança radical veio assim que Karla Giaretta voltou da lua de mel. Ela tinha 21 anos e queria fazer um corte no cabelo. Já no salão, o cabeleireiro fez um rabo de cavalo e passou a tesoura num comprimento enorme dos cabelos. Desde então ela aderiu ao cabelo curto. Mas a surpresa mesmo veio após dois anos: o cabelo começou a nascer branco. O que no momento foi um desespero, tempos depois tornou-se uma libertação para Karla. Há um ano ela assumiu definitivamente os cabelos brancos. “Ele me deixou com uma aparência mais leve. Como tenho um rosto pequeno, combinou. Sempre andei em contra-mão da maioria das mulheres. Quando quase todo mundo usava cabelo loiro e longo, o meu era curto e preto. Assumi um grito de liberdade e deixei ao natural”, conta a designer de interiores.

 

Aos 47 anos ela usa um cabelo curto num corte supermoderno. Mas para assumi-lo ela precisou se sentir segura. “Na primeira vez, quando cheguei a casa com o cabelo cortado, a minha filha disse: ‘O que fez, mãe?’”, lembra. A aparência, no início, assustou muita gente. “A princípio as pessoas achavam que eu estava doente e tinham um olhar piedoso. Algumas pessoas, que sabiam que eu não estava doente, achavam que eu tinha estilo para usar aquele cabelo. É algo que temos que saber usar”, diz.

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A resistência ainda é grande. Mas, actualmente, o cabelo branco não é uma licença poética restrita às avós: cultivar tons prateados virou opção para muitas mulheres. No caminho oposto de quem insiste em afirmar que mechas grisalhas envelhecem, uma grande parte desalinhada (e desencanada) assume os cabelos brancos cada vez mais cedo. Com um detalhe: cheias de estilo.

 

A onda prateada é protagonizada por mulheres de personalidade forte, bem-humoradas e que têm um discurso pautado pela pacífica aceitação da passagem do tempo. Envelhecer como manda a mãe natureza tornou-se  uma  libertação.

 

Foi exactamente essa a sensação de Karla Giaretta. “Queria mesmo era livrar –me da tinta. Sou uma pessoa hiperactiva e ficar duas horas no salão para pintar o cabelo sempre foi inquietante. Ao assumir-me  fiquei mais livre. Mas é preciso ficar claro que, na essência da coisa, quero dizer que me importo muito mais com o que as pessoas têm por dentro”, conta ela, que actualmente só lava e corta os cabelos.

 

Mas essa decisão nem sempre é fácil, mesmo para as desalinhadas. “Os homens dizem que eu tenho que pintar. Mas boa parte das mulheres diz que queriam ter a minha coragem. Hoje não sei porque pintei o meu cabelo de escuro durante tantos anos. Estou a adorar viver esse momento”.

 

 

Fonte : (Texto Adaptado) Revista AG / Guilherme Silva

 

Créditos imagem : Vitor Jubini

 

Mandy Martins-Pereira escreve de acordo com a ortografia antiga.