Um blog para todas as mulheres depois dos “entas” .
Mulheres que, na plenitude das suas vidas, desejam celebrar a liberdade de assumirem a sua idade, as suas rugas, os seus cabelos brancos e que querem ser felizes
Cansei-me destes clichês da terceira idade: octogenárias a saltar de paraquedas Só há uma coisa que me irrita mais do que perguntarem a minha idade: é ver octogenárias a saltar de paraquedas. Cansei-me desses clichês imagéticos da chamada terceira idade. O que pretendem com isso? Melhorar a auto-estima dos idosos? Sinalizar que a velhice não é o fim de linha? Que é tempo de ousar? Devo confessar que, para mim, essas tentativas são inócuas. Primeiro porque a minha (...)
O tempo é como o fogo, consome-nos e torna-nos nada Contei os meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro. Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados. Inquieto-me com (...)
- Dói-te alguma coisa ? - Dói-me a vida, doutor. - E que fazes quando te assaltam essas dores? - O que melhor sei fazer excelência. - E o que é ? - É sonhar. Mia Couto Imagem : Grupo Mia Couto
Li algures estas dicas e, embora não tenha conseguido encontrar o(a) autor(a), resolvi guardá-las e hoje vou publicá-las, porque as achei muito pertinentes, face à sociedade que actualmente enfrentam os que chegam a esta idade. É uma relação de medidas, para quem já passou dos 70, mas, também, para quem não chegou ainda a essa idade, com ideias para se viver melhor nesta fase das nossas vidas. A primeira delas:Está na hora de usar o dinheiro (pouco ou muito) que conseguiu (...)
Um coração ouvindo outro coração. O cenário é comum, a cena é singela. Num banco de jardim da casa estão sentados um idoso e um jovem. O jovem lê atentamente o jornal. O idoso parece imerso em algo indefinível. Então, um pequeno pássaro pousa no arbusto próximo e canta. O homem parece despertar e indaga: O que é aquilo? – Apontando com o dedo na direcção da pequena ave. O rapaz alça os olhos e diz, secamente: É um pardal. A avezita saltita de um galho a outro e (...)
Este texto, publicado na revista Época, não foi escrito agora, mas continua tão actual como se tivesse sido escrito hoje. Fala do horror das mulheres, que já chegaram a uma certa idade, à palavra “velha”. Embora o tempo tenha passado - e o espelho mostre isso todos os dias -, é extremamente difícil para muitas aceitar que a juventude já sumiu, há muito, na curva do tempo. Eliane Brum, 48 anos, jornalista e escritora “Na semana passada, sugeri a uma pessoa próxima, que (...)